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Armagedon - Um Mundo em Caos / Final Odyssey de Fernando Athayde dos Santos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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quarta-feira, 2 de março de 2011

Um Mundo em Caos - 21

Ela abre a porta e após dar uma boa observada no ambiente externo nota que não há ninguém nas ruas.
— Muito estranho. Não vejo ninguém nas ruas. É como se estivessem se escondendo de nós... — fala Jennifer.
— Não estão se escondendo. Estão sim muito bem camuflados. — conclui Miguel. — E com essa chuva fica ainda mais complicado de enxergar qualquer coisa. Mas deixa que vou na frente. Irei agachado até aquele pedaço de parede ali em frente. Qualquer coisa que eu ver de diferente lhe faço um sinal.
— Tá bom. — concorda com ele.
Miguel corre agachado até o que sobrou da fachada de um prédio — Não muito por sinal, apenas uma parte da parede de no máximo um metro de altura por alguns metros de comprimento. — e se apóia atrás dela. Nisso ele ouve vozes e quando Jennifer vai sair ele faz sinal para ela ficar onde está. Então alguns homens armados saem do lado do prédio em que ela se encontra e passam bem em frente a Miguel. Quando eles se afastam ele faz sinal e ela corre agachada até ele.
— Os seguimos? — pergunta Miguel.
— Não. — responde. — Se eles realmente estão camuflados nos esperando esses aí devem ser a isca para irmos atrás. Muito arriscado. — ela olha pra os lados e avista uma parede com alguns sulcos nela e mais acima uma janela. — Vamos escalar aquela parede e entrar pela janela. Tive uma idéia.
Eles caminham por entre os destroços e escalam a parede entrando pela janela mencionada. Dentro do apartamento dão de cara com duas mulheres.
— O que vocês querem? — pergunta uma delas.
— Nada. — responde Jennifer. — Apenas queremos ir para o corredor.
— Toda de preto você só pode ser ela! — fala a outra mulher com um olhar raivoso. — Você não é bem vinda aqui e nem o seu acompanhante!
— Uma pena, mas não temos a menor vontade de sair daqui. — fala Jennifer. — Na verdade viemos para ficar.
— Sua vaca! — grita a mulher. — Eu vou te matar!
A mulher se joga sobre Jennifer que apenas se esquiva e a golpeia com um chute nas costas a fazendo cair sobre o sofá. A outra então se movimenta em direção a Jennifer e Miguel pega um livro bastante pesado sobre a mesa e arremessa contra ela. O livro atinge sua cabeça e a mulher cai desmaiada no chão.
— A sua habilidade para arremessar ainda está intacta. — comenta Jennifer.
Então a mulher que caiu sobre o sofá se levanta e Jennifer a golpeia duas vezes no rosto com socos e está desmaia caindo novamente sobre o sofá.
— Dois problemas a menos. — fala Jennifer. — Agora vamos seguir em frente.
Nisso, batem na porta e um homem pergunta:
— Tudo bem aí dentro?
— Sim. — responde Jennifer engrossando a voz.
— Ouvimos gritos e viemos ver se estava tudo bem. Pode abrir a porta?
Miguel se aproxima de Jennifer e sussurra:
— O que fazemos?
— Eu abro a porta e fico escondida atrás dela e você o golpeia assim que ele entrar.
— Que seja apenas um. — comenta sacando sua espada.
Ele vai para o lado direito da porta e ela a abre ficando escondida atrás da porta. E então o homem diz:
— Estamos entrando.
— Droga. — pensa Miguel se abaixando.
Dois homens armados entram e Miguel sem pensar duas vezes golpeia os tornozelos deles arrancando seus pés. Os homens caem no chão urrando de dor e o sangue jorrando sobre o assoalho. Miguel imediatamente se levanta e enterra a espada na cabeça de cada um. Jennifer sai de trás da porta e Miguel um tanto contrariado diz:
— Da próxima vez tente pelo menos ver quantos são. Se fossem mais de dois provavelmente estaríamos mortos. E eu não quero arriscar nossas vidas novamente. Vamos sair daqui rápido.
Eles correm pelo corredor e Jennifer avista uma porta vermelha e diz:
— Vamos pela saída de incêndio!
Eles entram pela porta e descem as escadas saindo na parte de trás do prédio. Ao chegarem lá vêem várias pessoas morando de forma desumana. Sujas, mal vestidas e residindo em casas improvisadas com papelão — Que conforme vai molhando se desmancha. — e pedaços de madeiras e lonas velhas. Miguel percorre alguns casebres com seus olhos e questiona:
— Porque essas pessoas simplesmente não vão embora daqui? Elas não precisam se sujeitar aos outros. Não tem que viver assim!
— Sabe o que acontece quando eles tentam ir embora? O mesmo que aconteceu quando vocês chegaram aqui. Muitos tentam e morrem. Mas a maioria são pais ou mães que tem filhos para criar e preferem ficar aqui a se arriscarem. Não os julgue.
— Sim. — suspira. — É que às vezes é complicado de entender certas coisas quando não sabemos os reais motivos.
— Vamos, temos outras coisas para nos preocuparmos no momento.
E nisso eles são puxados para dentro de um dos casebres e Jennifer saca sua pistola e a aponta para um homem grisalho que faz sinal para eles ficarem em silêncio.
— Tenho certeza que eles vieram nessa direção. Vamos nos dividir e procurar. Amon, procure pelos casebres. Os outros venham comigo.
— Sim, senhor!
Amon começa a olhar casebre por casebre. Jennifer então guarda a pistola e ao olhar para os lados percebe que há uma família ali. O homem grisalho que os puxou e uma mulher de longos cabelos negros e um garoto de uns 14 anos. O homem pega uma faca no chão e a oferece para Jennifer. Ela faz sinal que não e aperta o botão no dedo indicador e a lâmina desliza para fora. Amon se aproxima do casebre onde eles estão e ao se abaixar para olhar tem seu glóbulo ocular perfurado pela lâmina no pulso de Jennifer. Que não apenas perfura seu olho, mas como seu cérebro também. Amon tomba ainda se mexendo e o homem enterra a faca no coração dele. Seu corpo fica inerte.
— Obrigada. — agradece Jennifer.
— Se cuidem. — fala o homem.
Miguel os cumprimenta com um leve movimentar de cabeça e os dois saem dali. Eles seguem por trás dos prédios e chegam aos escombros de um grande edifício onde ainda restam erguidas partes da fachada do mesmo. E sobre estas paredes de mais ou menos quatro metros de altura há três homens armados caminhando. Os dois vêem os homens e se escondem atrás de alguns blocos de concreto
— Precisamos passar por eles. — fala Jennifer.
— Você consegue escalar aquelas paredes?
— Acho que sim.
— Eu tive uma idéia. — fala Miguel gesticulando. — Mas preciso que você as escale e siga pelas beiradas.
— Entendi. E o que mais?
— Então você os derruba e deixa o resto comigo.
— Boa idéia, melhor que a que eu tinha pensado. Vamos lá.
Eles saem por trás dos escombros e se esgueiram por entre algumas paredes. Jennifer faz sinal de positivo para ele e começa a escalar a parede. Miguel desembainha sua espada e fica de costas para a parede seguindo Jennifer de perto. Ela segue pela beirada e ao se aproximar do primeiro homem o segura pela perna e o puxa em sua direção. O homem cai bem próximo de Miguel que só tem o trabalho de enterrar a espada no coração deste e a retirar logo em seguida. Com o segundo homem fazem a mesma coisa e quando chegam ao terceiro, Jennifer fica sobre o muro e toca no ombro do homem. Este se vira para trás e ao vê-la tem seu pescoço perfurado pelas duas lâminas e é jogado lá de cima. Miguel termina o serviço e corre ao redor do muro e encontra Jennifer do outro lado.
— Tudo limpo até agora. — comenta Jennifer. — E não estamos tão longe do nosso alvo principal. É logo ali em frente, naquele pequeno prédio.
— E o que estamos esperando para ir até lá?
Quando eles estão correndo em direção ao prédio alguns homens se levantam do chão e começam a atirar neles. Os dois se jogam no chão e sacam suas pistolas. Miguel rasteja para a direita e busca abrigo atrás de um banco de concreto para se proteger dos tiros que são disparados contra eles. Jennifer rasteja sem rumo para a esquerda até encontrar um imenso buraco cheio de água e se joga dentro.
— Miguel! — grita ela.
— Estou ouvindo! — responde.
— No três vamos atirar! Tente derrubar o máximo que puder!
— Entendido!
— Um, dois, três...
Os dois se erguem de onde estão e passam a atirar desenfreadamente. Tiros zunem de todos os lados e os homens correm para se proteger e alguns são atingidos e caem ao chão. Tiros passam bem próximos de Jennifer que parece nem se preocupar com esse detalhe e troca o pente de suas armas e continua a atirar. Miguel se abaixa atrás do banco para trocar o pente de suas armas e ao olhar para Jennifer em pé sobre um barranco de destroços atirando nos homens que tentam matá-los, pensa:
— Como ela fica sexy fazendo isso. E essas roupas justas deixam o corpo dela tão maravilhoso!
Ele se ergue de trás do banco e segue caminhando e atirando. Jennifer faz a mesma coisa e os homens passam a recuar se olhando e sem saber o que fazer. Alguns atiram, mas acabam sendo alvejados pelos tiros disparados pelo casal. Miguel então guarda as armas e desembainha suas espadas e como um louco sai correndo em direção aos homens. Estes nada entendem e correm na direção dele atirando. Miguel passa a correr em ziguezague e Jennifer dá cobertura atirando nos homens que estão seguindo na direção dele. Alguns acabam sendo atingidos e caem rolando pelo chão. Quando os que ainda estão de pé estão se aproximando dele, ele se joga de joelhos ao chão e desliza por entre eles indo para as suas costas. Então ele se ergue rapidamente e quando os homens se viram tem suas mãos decepadas pelas lâminas das espadas. Sangue espirra sobre as roupas e no rosto de Miguel, que movimenta suas espadas por entre esses homens cortando suas gargantas com uma perfeição digna de um verdadeiro mestre na arte da espada. Ele então baixa as espadas e olha para Jennifer. Ela sorri e caminha até ele.
— Conseguimos. — fala ela. — Nunca fiz algo tão louco assim. Nunca me senti tão confiante a ponto de esquecer qualquer estratégia e agir sem pensar.
— Eu me senti livre. E agora entendo o que William Wallace sentia quando corria para cima de seus adversários. É uma sensação que não tem explicação. Só quem sente sabe o significado.
— Verdade. — concorda com ele. — E agora a última parte do que viemos fazer aqui.
— Que seja mais fácil.
Jennifer se aproxima de Miguel ficando com seu corpo quase que colado ao dele e diz olhando em seus olhos:
— Estar ao seu lado me faz um bem que você não pode imaginar. Faz eu me sentir invencível. Como se eu pudesse resistir a tiros e qualquer outra coisa.
— A mim também. — fala aproximando seus lábios dos dela.
Então os dois trocam um longo beijam e em seguida saem caminhando em direção ao prédio. E nisso um homem negro usando uma bandana vermelha e veste militar aparece numa das janelas do segundo andar e grita:
— Estão atrás de mim? Aposto que sim. Mas não vão chegar aqui tão facilmente. Aliás, adorei a demonstração de afeto de vocês. Muito tocante. Confesso que quase chorei.
— Cale a boca! — grita Jennifer. — Em alguns segundos estaremos aí em cima e quero ver você continuar com esse seu sarcasmo.
— Acho que não. E pra falar a verdade, a trajetória de vocês termina agora.
E nisso, dois homens surgem nas janelas do primeiro andar trazendo em seus ombros uma bazuca cada um.
— Acabem com eles! — ordena o homem.
Ao que eles atiram sem dó. Jennifer e Miguel tentam fugir correndo cada um para um lado oposto, mas os mísseis lançados explodem a alguns metros deles que são arremessados longe com o impacto da explosão. Pedaços de pedras e areia voam sobre eles.
E longe dali, Rafael joga o livro longe e levanta do sofá um tanto quanto irritado.
— Pra mim chega! Não agüento mais esperar!
— Não é apenas você, nós também já estamos cansados de ficar esperando. — fala Raguel entrando junto com Gabriel na sala.
— E vocês sabem aonde eles foram? — pergunta Rafael.
— Sim. — responde Raguel. — Um garotinho nos contou. Eles seguiram pelos esgotos até o território que cruzamos antes de chegar aqui.
— Ouvi ali, ouvi aqui, e chegamos a ele. — comenta Gabriel.
— A Jennifer falou que tinha uma coisa no meu roupeiro me esperando. Algo que eu iria gostar. Por acaso ela chegou a comentar isso com vocês também?
— Sim, ontem. — responde Raguel. —Mas nem cheguei a olhar
— Nem eu. — acompanha Gabriel no que Raguel disse. — Só caí na cama e dormi. As roupas que mais uso estão sobre um banquinho.
— Eu tenho um leve pressentimento sobre isso. — fala Rafael. — Vamos dar uma olhada.
Eles acompanham Rafael até o quarto dele e no que ele abre o roupeiro, se deparam com roupas inimagináveis. Os olhos de Rafael parecem brilhar ao ver o que o estava esperando. E mais abaixo há uma caixa com armamento condicionado em uma caixa de madeira com bolinhas de isopor dentro.
— Caraca! — fala Gabriel espantado. — Se tiver algo assim no meu roupeiro eu não visto outra roupa. Era uma das coisas que mais gostávamos de imaginar nossos personagens usando!
— Sem palavras! — comenta Raguel. — Vou ir olhar o meu. Nos encontramos na sala depois.
— Farei a mesma. — fala Gabriel.
Cada um segue para seu quarto e Rafael fica parado olhando atônito para a roupa que foi deixada em seu roupeiro.

4 comentários:

  1. Atualizei toda a minha leitura. Muito bom. Aguardando próximo capitulo.

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  2. Na segunda-feira sai um novo. Ah, o que achou dessa nova história que estou escrevendo? Na verdade ela é mega antiga. Até acho que naquela época cheguei a te enviar por e-mail. Mas agora ela vai ser reescrita e ficar bem diferente.

    Bah, tava lendo teu perfil, e não é Pilotagem, cara, é Piletagem. Arruma lá! Heheheh.

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  3. cara to adorando seu trabalho ei continua a outra historia ke to gostando mais se der da pra ser em outro blog pois se nao atrapalha demais, começei a aler e me fascinei pela sua outra historia

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  4. Pensei muito antes de postá-la aqui e até mesmo cogitei fazer isso em outro blog. Mas manter dois blogs ficaria complicado para mim. Então decidi que por enquanto iria manter as duas convivendo juntas aqui. Mas quem sabe daqui uns 2 meses eu passe para outro blog.

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