Ano de 1333, campanário da Catedral
de Santa Reparata em Florença, atual capital de Toscana. Este campanário é
bastante peculiar, pois ainda se utiliza da arquitetura do século X e é
superposto a Igreja. Sua planta é quadrada e é decorado com listas verticais; a torre é
dividida em vários estádios por cornijas em arcadas que se abrem em cada uma
das quatro faces.
No interior do campanário, um jovem casal — de seus vinte anos
de idade — se encontra abraçado, trocando beijos e carícias.
— Eu te amo tanto. — fala a jovem
para o rapaz. Uma mulher de pele branca e com longos cabelos negros e olhos
escuros, e um corpo escultural e firme.
— Eu também amo você, Arádia —
responde o rapaz, um jovem de pele morena clara, cabelos castanhos até o ombro
e olhos castanhos que em certos momentos pareciam brilhar no escuro da noite.
Seu corpo é musculoso e cicatrizes se espalhavam por boa parte dele. —, desde a
primeira vez que lhe vi quando ainda morava em Volterra.
— Mas eu era tão pequena naquela
época. — fala sorrindo. — E era desengonçada ainda.
— Mas para mim você era a mais bela
das visões. Eu passava os dias apenas lhe observando, esperando o dia em que
você se tornasse mulher e então eu pudesse me aproximar de você como homem.
— Ora, Miguel, não fale assim que eu
fico envergonhada. — fala mordendo levemente os lábios. — E eu até hoje não
consigo entender o que você viu em mim. Há tantas mulheres lindas aqui em
Florença.
— Mas nenhuma outra me chamou a
atenção como você sempre fez. Há muitas coisas entre o céu e a Terra do que se
possa imaginar. Eu existo desde antes da criação do mundo. Eu enfrentei
batalhas, eu enfrentei outros anjos e Arcanjos. Precisei expulsar meu próprio
irmão do Paraíso... — e faz uma breve pausa — e quando vi você naquela plantação
recolhendo frutas para levar aos necessitados, foi como se eu estivesse olhando
para uma parte do Paraíso. Eu consegui enxergá-lo em você.
Arádia passa a mão sobre as
cicatrizes no corpo de Miguel e então diz:
— Você sendo um Arcanjo do Senhor,
não tem medo do que possa lhe acontecer? Você sabe que eu sou uma bruxa
perseguida pela Inquisição. Que sou considerada a Rainha das Bruxas. A Igreja
me considera uma filha do demônio e creio que isto não seja bem quisto no céu.
E eu temo por sua vida.
— A Igreja não segue mais os
mandamentos do Senhor, há muitos séculos atrás ela seguia. Mas se perdeu no
caminho e hoje grande parte de seus líderes são gananciosos e maus. E você é
muito bem vista no céu, não se preocupe quanto a isso. Sua forte presença e
suas palavras cheias de amor trouxeram esperança para os camponeses que são
explorados pelos senhores feudais. Você aumentou-lhes a auto-estima, deu-lhes o
devido valor e ensinou-lhes a terem respeito por si próprios. E o Senhor vê
isto com bons olhos.
Arádia sorri e seus olhos brilham ao
olhar para Miguel.
— Pena que não podemos viver juntos,
andarmos pelas ruas de mãos dadas, mas eu me sinto satisfeita em poder vê-lo
todos os dias. Mesmo que seja por um tempo limitado.
— Infelizmente, nós Celestiais não
podemos permanecer na Terra por um longo período de tempo. Nossa aura etérea
vai aos poucos se esvaecendo e podemos acabar morrendo por isso. Os únicos que
conseguem isso são os Caídos. Acho que já lhe contei a história deles, não é?
— Contou sim, deve fazer uns dois
anos isso.
— Desculpe por eu não lembrar, mas
são tantas as coisas que me ocupo que às vezes esqueço o que falo. Mas prometo
não esquecer mais.
— Hehehe — ri Arádia. — Você já me
prometeu isso umas quatro vezes.
— Eu estava lhe testando. Heheh. —
ri Miguel. — Queria ver se você realmente lembrava-se das coisas que eu lhe
conto.
— Sei, estava me testando nessas
quatro vezes então?
— Digamos que sim. — e então a deita
no chão e se coloca por sobre ela, pousando uma de suas mãos sobre a lateral da
coxa esquerda dela. — Onde havíamos parado antes dessa conversa toda?
— Não sei — responde —, faça eu me
lembrar. — e sorri.
Miguel sorri e a beija calorosamente,
percorrendo o corpo dela com suas mãos.
Longe dali, um homem alto, de pele
escura e olhos negros como as trevas, se aproxima de dois guardas que protegem
a casa dos Inquisidores e berra fervorosamente:
— A Rainha das Bruxas está se
deitando com o próprio Lúcifer no campanário da Catedral. Eu os vi lá! Mandem
guardas e a prendam!
— Do que você está falando seu
mendigo imundo? Não bebeu o suficiente e veio nos perturbar? — esbraveja um dos
guardas.
— Ouçam o que eu estou dizendo!
Lúcifer está aqui junto de sua amante, Arádia! — avisa. — Eles estão no
campanário da Catedral. — repete mais uma vez o que havia dito. — Tenho certeza
que os Inquisidores ficarão felizes por vocês terem descoberto isso. Ficarão
ricos com a recompensa que receberão por ato tão glorioso.
— E porque você mesmo não os avisa e
assim deixa de ser um mendigo. — instiga um dos guardas. — Porque deixar que
nós fiquemos com a recompensa?
— Eu não preciso de riquezas, estou
feliz assim. — responde o homem. — O que me importa é servir a Deus da melhor
maneira possível. E se ele quer que eu viva assim, então é assim que viverei. —
e vira-se de costas. — Se ainda quiserem pegá-los, é melhor se apressarem. Pois
em breve não mais estarão lá. — avisa com um sorriso maléfico enquanto caminha
em direção a uma viela escura.
Os minutos passam e então uma dezena
de soldados armados com lanças e espadas começa a se dirigir para a Catedral e
logo atrás deles, um homem branco, calvo, com feições austeras, e utilizando
uma batina escura, os segue. Após mais alguns minutos de caminhada, eles chegam
a Catedral e os soldados a cercam.
— Nós sabemos que está aí dentro
demônio! Saia junto de sua amante para que possamos matá-lo! — grita o homem
calvo, que na verdade é um dos Inquisidores da Igreja. E após isso, ele vira-se
para um dos soldados e o manda abrir a porta. — Soldado, abra esta porta e se
prepare para honrar Deus!
O soldado abre a porta, e Arádia e
Miguel encontram-se abraçados bem no meio na nave.
— Aquele mendigo estava certo. —
pensa um dos soldados que havia sido avisado.
— Pegamos vocês! — grita o
Inquisidor. — Soldados, avancem! — ordena.
Nisso, o corpo de Miguel emite um
leve brilho e penas brancas voam pelos ares revelando dois pares de asas em
suas costas. Ele vira-se para Arádia e diz:
— Não se preocupe que jamais
deixarei que a toquem. Nenhum humano jamais será capaz de me ferir com suas
armas.
Então o mendigo se aproxima de um
soldado e o entrega uma lança negra e diz:
— Use esta arma para ferir o
demônio, só assim vocês terão uma chance de pegá-lo.
— Quem é você? — pergunta o soldado.
— Alguém que deseja muito ajudá-los.
— responde sorrindo.
O soldado sai caminhando em direção
a entrada da Catedral e fica frente a frente com Miguel. O Arcanjo o encara e
então o adverte:
— Se der mais um passo, serei
obrigado a feri-lo e tenha certeza de que não desejo isso.
O soldado dá mais um passo a frente e
então Miguel olha para Arádia e esta vai se proteger atrás dele. O soldado
ergue a lança e a joga na direção de Miguel. Miguel confiante de que a arma
jamais irá lhe causar qualquer tipo de ferimento, abre os braços para receber o
ataque. Mas nisso, ele vê a lança se transmutar em uma serpente e percebe o
engano que cometeu, mas já é tarde demais para qualquer movimento. A lança
atinge seu peito e o rasga perfurando suas costas e quase atingindo Arádia
mortalmente. O Arcanjo cambaleia e cai de joelhos no chão com sangue angelical
jorrando de seu peito e costas.
— Malditos demônios! — balbucia.
Arádia desesperada ao ver seu amor
ferido de tal maneira, cai de joelhos no chão e o abraça.
— Você precisa ir embora! — fala
Arádia. — Vá, por favor!
— Eu não posso. — declara. — Fui
atingido por uma arma criada no Inferno, eu infelizmente vou morrer meu amor.
Essa arma é um veneno para mim. Por favor, se afaste.
Os olhos de Arádia se enchem de
lágrimas e ela desaba a chorar. Nisso, os soldados se aproximam deles e agarram
Arádia pelos braços e a arrastam para fora da Catedral. O Inquisidor se
aproxima de Miguel e então cospe em seu rosto, e com um sorriso de satisfação
nos lábios, diz:
— Você agora é nosso, demônio! E
antes de morrer faremos os seus últimos minutos os mais terríveis!
— Vocês estão cometendo um engano,
vocês foram enganados por um... cof... cof... — e tosse sangue.
O Inquisidor chuta o rosto de Miguel
e sangue espirra pelo chão da Catedral. O Arcanjo cai de lado e vira o rosto
para a entrada da Catedral de forma a ver sua amada. Arádia está sendo segurada
por dois soldados e lágrimas escorrem de seus olhos sem parar. Miguel olha nos
olhos dela e movimenta seus lábios como se quisesse dizer alguma coisa. E mais
uma vez o inquisidor o chuta no rosto, desta vez quebrando o seu maxilar. Mas a
mensagem já estava dada e Arádia entende o que Miguel quis dizer, “perdão meu
amor”. Ela balbucia algumas palavras em uma língua estranha e os soldados a
soltam de imediato gritando de dor, suas mãos estão queimadas e ainda
borbulhando. Ela sai correndo em direção a Catedral, mas um soldado a golpeia
com o cabo da espada e ela cai desacordada com o rosto mergulhado em uma poça
de água.
— Foi você quem deu esses poderes a
ela demônio? — pergunta o Inquisidor. — Deitar com você era um de seus
pagamentos?
Miguel o olha nos olhos e então
suplica com toda a dificuldade de alguém que tem o maxilar esmigalhado:
— Por favor, não a machuque. Deixe-a
ir embora. Eu lhe suplico senhor.
O Inquisidor sorri e responde
ironicamente:
— Oh, sim demônio, iremos deixá-la
ir embora. Afinal, as bruxas são boazinhas, não é?
Miguel entende que o Inquisidor
jamais irá libertá-la sem antes tirar a vida dela e então junta todas as suas
forças e começa a se erguer do chão. Nesse momento, dezenas de pessoas já se
amontoam em frente à Catedral para verem o que está acontecendo.
— Soldados! — grita o Inquisidor. —
Matem-no dolorosamente! — ordena.
Os soldados se aproximam dele e
então cravam suas espadas no corpo do Arcanjo, sangue jorra em profusão lavando
o chão da Catedral. Miguel cai de joelhos e então uma espadada corta seu rosto
arrancando seu olho esquerdo. Miguel urra de dor e então uma lança perfura seu
peito bem no lugar do coração e o soldado que a cravou diz:
— Agora veremos se demônios possuem
um coração.
— Eu creio que não. — comenta um dos
soldados aos risos.
Mas Miguel mesmo com duas lanças
cravadas em seu peito e pelo menos umas dez espadas cravadas ao redor de seu
corpo ainda consegue se levantar. A dor lacinante que ele sente é muito menor
do que o desespero de imaginar o que farão a sua amada após a sua morte.
— Cortem os pés dele! — ordena o
Inquisidor.
Mais soldados se aproximam e então
duas espadas desenham um arco no ar e os pés de Miguel são decepados, fazendo-o
cair imediatamente ao chão e algumas espadas atravessarem por completo seu
corpo. Um rio de sangue começa a se formar ao redor dele.
Satisfeito por seu ato, o mendigo se
aproxima da porta da Catedral e rejubila-se ao ver o estado em que Miguel se
encontra. Miguel olha uma última vez para a entrada da Catedral e reconhece o
mendigo.
— As-Asmodeus... — balbucia em meio
ao sangue que escorre por sua boca. E então passa a se arrastar em direção ao
altar, onde a imagem de Jesus Cristo se encontra.
Há alguns metros de distância da
imagem, Miguel pronuncia aquelas que deveriam ser suas últimas palavras:
— Salve-a, ó Salvador.
E então sua cabeça pende para o
lado.
O céu que até então estava livre de
nuvens, escurece de forma sobrenatural e uma chuva torrencial começa a cair.
Ventos a velocidades destruidoras sopram sobre a cidade. As pessoas começam a
correr para as suas casas para se protegerem da chuva e os soldados se assustam
com tal fenômeno, então o Inquisidor os manda se retirarem para os abrigos e
deixar a limpeza da Catedral para o outro dia. Os minutos vão passando e a
Catedral fica vazia de pessoas, apenas o corpo do Arcanjo Miguel permanece em
seu interior.
Ao chegarem aos alojamentos, os
soldados que arrastaram Arádia até o local a jogam dentro de uma cela imunda e
apertada. O Inquisidor pega uma jarra de água que havia ali perto e joga o
líquido de seu interior no rosto da mulher.
— Acorda! Vamos! — berra o homem.
Arádia abre os olhos e ainda zonza
pergunta:
— Onde estou?
— Você está agora nos seus aposentos
reais, Rainha das Bruxas! — responde o inquisidor. — E o seu amante está morto.
Largado como lixo ao chão.
Arádia levanta-se do chão e com ódio
no olhar encara o Inquisidor e diz:
— Você só traz a punição para
àqueles que se livraram da Igreja e da escravidão. Estes símbolos e roupas de
autoridade que veste, só servem para esconder a nudez que nos faz iguais. Você
diz que serve a um deus, mas você serve somente a seus próprios medos e
limitações.
O Inquisidor fecha a mão e golpeia o
rosto de Arádia que cai desacordada no chão.
— Tranquem a cela e deixem-na três
dias sem água e comida. — ordena o Inquisidor. — Vamos ver se continuará valente
ainda. E depois disso, ela será toda de vocês e de quem mais quiser. — e sorri.
Eles se retiram e sangue começa a
escorrer do nariz dela.
Na Catedral, Miguel continua caído
no chão e agora uma fina linha de sangue escorre por seu corpo. E quatro
silhuetas na escuridão o observam.
— Ainda podemos fazer alguma coisa
por ele? — pergunta uma voz masculina.
— Enquanto a essência divina dele
pulsar, sim. — responde uma mulher.
— Então iremos salvar o meu amigo. —
completa, uma voz masculina.
— Deixe comigo. Nosso mais valioso
Arcanjo jamais perecerá aqui. — acrescenta desta vez, uma voz masculina um
pouco mais austera que as outras. — Eu sei como revivê-lo.
Os quatro seres se materializam e as
asas em suas costas revelam quem são. Dois deles possuem dois pares de asas, a
mulher três pares e o último apenas um par. Os com duas asas são bastante
familiares, pois são os Arcanjos Gabriel e Rafael, os dois amigos inseparáveis
do futuro humano Miguel. A mulher é a Querubim Surya. E o último é um anjo.
— E então Rafael, o que pretende
fazer? — pergunta o Anjo. Um homem alto, com barba e cabelos brancos, um olho
azul e o outro com uma profunda cicatriz e uma aparência vigorosa. E veste uma
armadura dourada reluzente e uma capa branca.
— Devolvê-lo ao seu corpo Celestial,
meu bom amigo, Jeremiel. Mas para isso preciso que Surya retire sua essência,
pois preciso levá-lo urgentemente ao meu castelo e iniciar a fusão da essência
divina com o corpo
Celestial dele.
Celestial dele.
— Então precisamos nos apressar. —
alerta Surya. — A pulsação está cada vez mais fraca.
— Então faça o que tem de fazer, mas
não destrua o corpo físico dele. — pede Gabriel. — Deixe aí para que os humanos
que fizeram isso com ele pensem que ele realmente morreu.
— Humanos. — digere Rafael. — Obras
do Senhor e que tentaram assassinar um Arcanjo, alguém que sempre lutou por
eles. Às vezes tenho nojo dessa espécie.
— Cale-se Rafael. Pare de dizer
besteiras. Quer se tornar um Caído igual Lúcifer? Você sabe que o Senhor
detesta que falem assim e castiga das formas mais cruéis quem o desobedece.
Você deveria ser o primeiro a saber, mas às vezes parece uma criança que sempre
precisa ser ralhada.
— Alguns Querubins já estão falando
em punição a você. — comenta Surya. — Acho que você deveria seguir os conselhos
do Gabriel. — e caminha em direção ao corpo de Miguel.
Surya se agacha próxima do corpo e
encosta a palma da mão na testa de Miguel. O corpo dele imediatamente começa a
brilhar e uma esfera incandescente surge logo acima do corpo.
— Está feito. — avisa Surya. —
Podemos ir embora agora.
— E quanto a... como vou dizer...
namorada humana dele? — pergunta Jeremiel se referindo a Arádia. — Vamos
ajudá-la?
— Não. — responde Gabriel sem sequer
pensar. — Um Celestial jamais deve se relacionar com um Deus pagão. E você sabe
quem ela é. Portanto, deixemos que os humanos se livrem dela ou que os outros
deuses pagãos resolvam ajudá-la. Isto só aconteceu por causa dela, ela é a
culpada por tudo! — exclama. — Então merece ter o destino que traçarem a ela e
que de preferência seja a morte. — cada palavra dita sai sem um pingo de misericórdia.
— Você sabe que essa sua opinião irá
enfurecer o Miguel. — alerta Surya. — Eu nunca vi alguém tão apaixonado como
ele. — acrescenta. — Esse seu ato pode gerar uma nova guerra no céu. O Miguel
possui uma legião de anjos que não pensariam duas vezes em segui-lo e um novo
banho de sangue se seguiria. Você deveria repensar o que acabou de dizer.
— Guarde as suas opiniões para você,
Querubim. — dispara Gabriel. — Nós somos Arcanjos e resolvemos os nossos
conflitos internamente. E tem sido assim desde a queda de Lúcifer. Portanto,
cuide do seu séquito.
— Só tenha cuidado para não
transformar o Miguel em um novo Lúcifer. — aconselha Surya. — O Altíssimo não
suportaria outro baque desses em sua idade tão avançada.
Sim, Deus está se encaminhando para
o fim de seu ciclo de existência. É o que está escrito nas Tábuas da Vida. Tudo
que nasce um dia morre. Mas isso não quer dizer que ele já não seja mais tão
forte quanto era quando mais novo. Na verdade ele é ainda mais poderoso. Só não
possui mais a jovialidade de quando criou o Universo.
— Vamos embora. — fala Gabriel,
terminando assim o que poderia levar a uma longa discussão ou a uma luta
corporal que poderia levá-lo a morte. E quando um Celestial morre, desaparece
para sempre. Pois diferente dos humanos, não possuem uma alma.
Os Celestiais então desaparecem.
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