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Armagedon - Um Mundo em Caos / Final Odyssey de Fernando Athayde dos Santos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Um Mundo em Caos - 35


— Ora, ora, então voltou a ser um Mala'achim. Que sorte a minha. — fala Asmodeus encarando Miguel. — E desta vez eu irei arrancar a sua cabeça de uma vez por todas! E de brinde irei matar as suas amiguinhas!

— Um o que?! — pergunta Miguel sem entender o que Asmodeus falou. — Bom, eu não sei do que você está falando e tem mais, eu nunca gostei de religião. Sempre detestei isso devido às mortes que foram causadas em nome da fé. E também sempre achei que anjos e demônios fossem a maior mentira já criada, mas com os acontecimentos recentes não é mais possível deixar de crer nisso. E mesmo eu detestando o fato de vocês existirem — e nesse momento Camael o olha —, irei ficar do lado bom. Detestaria ver o mundo ser dominado por demônios!

Asmodeus sorri e diz:

— Ele detesta vocês... Ouviu isso? Irônico, não? Heheh. Mas eu não vim aqui para ficar papeando, eu tenho uma missão e irei cumpri-la! — e nesse instante ele se lança na direção de Miguel.

Camael rapidamente se põe na frente e recebe um poderoso soco no estômago, seu corpo arqueia para trás, e Asmodeus desfere mais um potente soco. O rosto de Camael é atingido e ele é arremessado contra a parede.

— Agora somos você e eu. — fala Asmodeus encarando Miguel.

Mas antes que Asmodeus pense em atacá-lo, Miguel toma a iniciativa e o acerta com um soco no rosto. A cabeça de Asmodeus mal se movimenta com o impacto do golpe.

— Fraco demais. — fala. — Agora eu vou lhe mostrar o que é um soco de verdade!

Com um rápido movimento, Asmodeus desfere um soco no estômago de Miguel que faz com que ele seja erguido do chão e cuspa sangue. E segundos depois, desfere outro soco que o joga longe. Miguel sai rolando pelo chão. Jennifer, sem pensar duas vezes sai correndo na direção de Asmodeus e ao tentar golpeá-lo, este se esquiva e com um rápido giro, a golpeia com um chute na nuca e a joga contra uma parede. Jennifer bate com a cabeça na parede e cai desmaiada no chão. Com isso, Raguel já está ao lado de Asmodeus se preparando para golpeá-lo.

— Rápida você, hein? — fala Asmodeus.

— Mais do que você possa imaginar! — responde, desferindo um soco.

Asmodeus se defende segurando a mão dela e então um chute vindo de baixo o pega desprevenido e o atinge no flanco direito. Imediatamente ele solta a mão de Raguel e leva sua mão ao local atingido. Aproveitando a chance, Raguel desfere outro chute, mas desta vez Asmodeus defende usando o braço e contra-ataca velozmente acertando o rosto dela com um poderoso soco. Raguel sai rolando pelo chão.

— Todos fracos demais. — e então se vira para Surya. — Acredito que você será a mais fácil. — e caminha na direção dela.

Surya permanece imóvel encarando Asmodeus seriamente. Seus olhos não transmitem nenhum medo, é como se a ameaça que o demônio transmitisse aos outros não a afetasse.

— Você é muito séria, anjinha. — fala ironicamente. — Matar você será bastante divertido... — e pára na frente dela. — Até porque, você tem a fama de nunca entrar numa luta, não importa o que aconteça. E também parece não ter medo de mim.

— A minha função não é lutar. — responde fulminando Asmodeus com seu olhar firme. — E o medo eu deixo para as criaturas fracas.

Surya aprendeu a esconder seus sentimentos, foi treinada por um grande Arcanjo em épocas imemoráveis. E tornou-se uma das principais mulheres-anjos da 3ª Tríade, mas a admiração e respeito que todos tinham por ela elevaram-na rapidamente a 1ª Tríade. Onde ficou em segundo lugar na hierarquia celeste, apenas abaixo dos Serafins. Surya foi transformada em um Querubim — seres guardiões do Trono de Deus.

— Oh, resolveu falar. Achei que tivesse ficado muda. Isso torna as coisas ainda mais divertidas, pois além de fazer você sangrar ainda terei o prazer de ouvir os seus gritos de dor. — e rejubila-se. — Não acha divertido? — Surya continua olhando seriamente para ele. — Vocês anjos não possuem o menor senso de humor. Que desagradáveis.

— Não nascemos para sermos engraçados! — rebate.

Nisso, Camael se ergue do chão e ordena:

— Saia de perto dela seu demônio imundo!

Asmodeus vira-se para trás e diz:

— Que coisa feia um anjo dizendo essas coisas. Seu Deus não lhe deu educação?

— Cale a boca! — esbraveja Camael. — Eu jamais deixarei que você a toque!

— E como um mero Malakhi pretende fazer isso... Conte-me. Já esqueceu que eu enfrentei um Mala'achim chamado Ezequiel e arranquei os dois braços dele facilmente. Falando nisso, como ele está?

— Posso garantir que ele está melhor que você, pois não mora naquela montanha de merda chamada Inferno! — responde Camael asperamente.

— Que concepção errada que vocês alados tem do Inferno. O papaizinho de vocês pelo visto nunca deve ter contado a verdadeira história do nosso lar. Ah, esqueci! Ele não gosta de aparecer e muito menos conversar com vocês, não é verdade? — ironiza.

Nisso, nuvens negras começam a se acumular no céu e trovões passam a estourar feito faíscas. Camael assume uma posição de luta e a silhueta de suas asas pode ser vista. Asmodeus não esboça nenhuma reação com o que vê a sua frente.

— Céu contra o inferno! — desafia Camael. — Vamos ver quem se sai melhor!

— Tem certeza de que quer fazer mesmo isso? — pergunta olhando nos olhos de Camael. — Eu posso lhe dar uma morte rápida e indolor se assim quiser.

— Eu não vim aqui para morrer! Nós anjos estamos acima de vocês demônios! — e então os punhos de Camael são envolvidos por chamas azuladas.

— Que precipitado. — julga Asmodeus. — Já que é assim que quer, vou lhe mostrar uma fração do meu poder.

Asmodeus corre na direção de Camael e então este com uma velocidade muito superior a do demônio, o golpeia diretamente no rosto. O corpo de Asmodeus entra em chamas e Camael cambaleia caindo de joelhos no chão.

— Consegui! — Comemora. E apóia as mãos no chão.

— Não tão rápido. — fala Asmodeus olhando para Camael. — Achou mesmo que essa sua fraca aura etérea seria capaz de me causar algum dano? Patético! Simplesmente patético! — e as chamas se apagam. — Gastou toda a sua energia num ataque inútil, imbecil! Esqueceu-se da diferença berrante que existe entre nós? O meu poder se assemelha ao de um Arcanjo em sua total plenitude, mas o seu não chega nem a metade disso! É uma mera faísca perto do meu! Eu sou um dos cinco príncipes do Inferno meu querido e você o que é? Um mero anjo! Então se ponha no seu lugar e curve-se a mim!

Asmodeus chuta Camael, o atirando no chão. Sangue espirra de sua boca molhando o chão de vermelho. Surya vira o rosto para o lado e sai correndo em direção ao quarto de Gabriel.

— Espero que você possa nos ajudar... Mensageiro. — ela sussurra.

Asmodeus começa a chutar Camael violentamente e o som de ossos sendo quebrados ecoa pelos corredores. Nisso, Asmodeus é golpeado nas costas e dá alguns passos para frente.

— Merda! — esbraveja virando-se para trás. — Eu devia ter imaginado que era você Miguel. Aquele meu golpe não iria matá-lo tão facilmente.

— Agora é a nossa vez de lutarmos! — e olha para Camael caído no chão todo ensangüentado. — Você é um sádico! Um monstro! Como ousa bater em um anjo dessa forma? Como? Me responda!

— Lixo deve ser tratado como lixo. Anjos e humanos não passam de sacos de lixo para nós. Você já deveria saber disso.

Os olhos de Miguel se enchem de raiva.

— Eu vou lhe mostrar que nós humanos não somos tão fracos como você pensa!

— Isso eu quero ver. — e sorri.

Miguel o ataca com vários socos e Asmodeus defende cada um facilmente.

— Você é muito lerdo! Nem parece o mesmo Miguel que me enfrentou antes. Você virou um verdadeiro lixo ambulante! — e então golpeia Miguel no estômago novamente.

Miguel cai de joelhos e cospe sangue no chão.

— Ungh! Que dor! — e leva uma das mãos ao local atingido.

— Se você pensou que poderia me enfrentar está muito enganado. Usando apenas um braço eu poderia facilmente destroçar você. — gesticula. — Mas não consigo ver graça nisso. Eu queria mesmo era enfrentar o velho Miguel. Eu consigo sentir a força dentro de você, ela é como um turbilhão, louco para sair destruindo tudo pela frente. Mas você esqueceu como usá-la, não é? Esses séculos que você tem vivido entre os humanos lhe fez esquecer quem você realmente foi. Fizeram-lhe esquecer que um dia você foi um Arcanjo! — e abre os braços efusivamente. — Você era o chefe da Milícia Celestial e junto com seu exército de anjos, vocês caçavam os anjos caídos que viviam aqui na Terra. Você matou dois filhos meus! Arrancou suas cabeças e as jogou aos meus pés. E eu jurei que um dia lhe mataria com as minhas próprias mãos, Miguel! Então se levante para que eu possa fazer isso!

Miguel ergue a cabeça e diz:

— Você deve estar louco! Não é porque tenho o mesmo nome de um Arcanjo que sou um Arcanjo! Eu sou um humano! Eu sangro, eu sinto dor, eu choro, eu amo! Isso são coisas que apenas humanos sentem! Pare de falar besteiras! — e então se levanta do chão. — Eu posso até não conseguir derrotar você, mas darei o melhor de mim! Farei o que qualquer humano adoraria fazer em meu lugar, dar um soco na sua cara!

Miguel vai para cima de Asmodeus e o golpeia o mais rápido que pode. Asmodeus segura a mão de Miguel e torce seu braço com tamanha força que os ossos se partem como se fossem simples folhas de papel sendo rasgadas. Miguel urra de dor e então Asmodeus o segura pela camisa e começa a socar seu rosto sem dó. Os golpes deslocam o ar e o som de cada golpe atingindo o rosto de Miguel ecoa pelos quatro cantos do mundo. Sangue escorre pelo rosto de Miguel e pinga pelo chão. Cada golpe faz sangue espirrar no rosto de Asmodeus que sorri de prazer. Um sorriso de satisfação e sadismo.

— Isso é pelos meus filhos que você matou seu desgraçado! — esbraveja Asmodeus socando Miguel sem dó.

— Pare! — um grito feminino ecoa pelo corredor.

Asmodeus olha para trás e Jennifer está apontando sua beretta para ele.

— Não mexa um músculo ou eu atiro! — fala Jennifer. — E não pense que não farei o que eu disse, pois já fiz muito disso!

— Eu sei que você é uma assassina. Já matou muitas pessoas para nós. Heheh! Lembra-se? Huh? “Minha filha, eu preciso que você infelizmente tire a vida de uma pessoa...” Lembra-se dessa frase? Você devia ouvir muito ela, não é mesmo? E aceite um elogio, você foi a melhor assassina que tivemos. Nunca vimos um humano matar a tão sangue frio como você fazia. Você era perfeita! Uma delicia de se ver em ação. Uma máquina de matar!

— Não fale mais nada! Solte-o! — ordena. — Solte-o agora! — grita.

— Você quer esse lixo? Tome. — e joga Miguel que cai desacordado aos pés dela.

Jennifer olha para baixo e o rosto de Miguel está lavado de sangue e completamente desfigurado. Um de seus olhos está saltado para fora da cavidade auricular, literalmente pendurado pelos nervos óticos.

— Meu Deus! — exclama consternada. — Por quê? Porque você fez isso?

— Eu tinha o dever de fazer isso! — responde parado em frente a ela. — E você devia prestar mais atenção em quem você enfrenta. — e flexiona o braço para trás para desferir um soco nela.

Mas nisso, é atingido por um chute no rosto e acaba perdendo o equilíbrio e sai cambaleando. E com isso se afasta de Jennifer.

— Você está bem? — pergunta Raguel.

— Eu estou — responde —, mas o Miguel não.

Raguel olha para Miguel e então olha para Jennifer e diz:

— Você precisa ser forte, mas nesse momento precisamos nos concentrar em nós se quisermos ter o mínimo de chance contra esse demônio. Eu sei que olhar o Miguel nesse estado é doloroso demais. Isso está me matando por dentro também. Mas precisamos nos concentrar em nós e no monstro que fez isso a ele. Você está me entendendo?

— Estou sim, mas é difícil!

— Eu sei que é difícil. Para mim também está sendo. Não pense que é fácil. Mas não podemos fazer nada sem antes derrotarmos esse cara.

E Asmodeus vira-se para as duas.

— Me derrotar? Vocês duas? Só pode ser uma piada!

— Não é piada não! — rebate Jennifer, disparando a beretta contra ele.

Asmodeus abre os braços e as balas perfuram seu corpo completamente. Sangue negro jorra de seu corpo e então ele cai estirado no chão.

— Conseguimos! — exclama Jennifer.

— Foi muito fácil. — fala Raguel. E Jennifer sai caminhando em direção a Asmodeus. — Espere! Acho melhor você ficar aqui.

Jennifer se aproxima do demônio e sorri ao vê-lo estirado no chão. E olha para Raguel quando de repente, seu pé é agarrado e Asmodeus a derruba no chão. Raguel sai correndo na direção dos dois e Asmodeus salta do chão caindo em pé na frente de Raguel e a atingindo com um soco no rosto. Raguel é jogada ao chão e sai deslizando pelo piso. Nisso, Jennifer se ergue do chão e diz:

— Eu descarreguei a arma em você! Como ainda pode estar vivo?

— Ai, ai, quanta ingenuidade. As suas armas não me matam, podem até ferir o meu corpo, mas não possuem o poder de me matar. E esses ferimentos são apenas temporários, duram bem pouco para falar a verdade. — e então as balas começam a serem expulsas do corpo dele e a cair pelo chão. — Viu? Não se mata um imortal com armas criadas por humanos. Apenas armas celestiais possuem esse poder. E creio eu que vocês não possuem nenhuma no momento, certo?

— Desgraçado! — esbraveja.

— Tudo isso é raiva pelo que fiz ao seu amante? Coitadinha. — fala com ironia na voz.

— Ele não era meu amante! — rebate. — Era meu namorado! Meu namorado! O amor da minha vida!

— Que eu lembre vocês não eram chamados assim naquela época. — fala calmamente. — Até porque você era uma bruxa e se encontrava as escondidas com ele naquela velha catedral. Eu lembro muito bem... Oh, eu que entreguei o casinho de vocês. Uma humana se deitando com um Arcanjo, ficamos horrorizados com tal história no Inferno. E eu precisei tomar as devidas providências para acabar com tal heresia. Heheh. — ri sarcasticamente.

— Mas do que você está falando, seu louco! Além de demônio, você também é insano? Da onde tira essas histórias absurdas?

— Por Satã! O que fizeram com vocês? Parecem cascas vazias! É como se eu estivesse falando com portas! — e então explica: — Você era uma bruxa no século 14, a Arádia di Toscano, o Miguelzinho aí se apaixonou por você e por várias vezes se utilizou de sua forma corpórea para poder se aproximar de você. E quando vocês se apaixonaram, passaram a se encontrar no campanário da Igreja quase todas as noites. Até que graças a mim, vocês foram surpreendidos pela população, o Miguel é claro, aparentemente morreu perfurado por várias espadas e lanças. — e gesticula como se desenhasse no ar a cena. — Mas você, oh, coitadinha de você. Você sofreu das mais terríveis torturas e foi estuprada por Inquisidores, Padres, Cavaleiros, moradores da cidade e isso foi diariamente durante sete dias. Sete dias de dor e desejando morrer a cada segundo. Sabe que até eu senti peninha. — e parece saudoso. — Até que o Miguel quase enlouquecendo, resolveu criar coragem e foi até Deus e pediu para cair. Que ato burro o dele. Virar humano por causa de um sentimento idiota, e o pior, por uma humana imunda. — e faz cara de nojo. — Suas asas foram arrancadas e ele então se tornou um humano e ajudou você a escapar. E quando eu tentei matá-los para acabar com a putaria de vocês, você ainda se utilizou de suas magias para ajudar Camael e Miguel a me derrotarem. Ele me feriu que até hoje possuo a marca que ele me deixou, uma marca que ainda queima! Por isso eu odeio tanto vocês que os quero ver mortos aos meus pés!

— Não. Essa história é absurda! — esbraveja olhando diretamente nos olhos de Asmodeus. — Não tem sentido nenhum! Você quer nos enganar, nos deixar loucos com suas mentiras!

— Não são mentiras, e todos desse seu grupinho de amigos também são Arcanjos que resolveram cair por conta própria e permanecerem juntos como humanos. A cada século vocês renascem e convivem juntos. Mas a Surya fez um bom trabalho escondendo as lembranças de quem vocês foram. Pena que não terão a oportunidade de pedir para que ela reverta esse processo, pois a vida de vocês e essa história terminam hoje!

E passos são ouvidos logo atrás de Asmodeus.

— Mas não deixaremos que isso aconteça. — fala Raguel passando ao lado dele e seguindo em direção a Jennifer. — Se tudo isso que você está falando for realmente verdade, então iremos atrás para descobrirmos quem realmente fomos um dia. E para isso você cai hoje e não nós!

— Sabem, eu realmente estou cansado de toda essa ladainha. Chegou a hora de quebrar vocês no meio!

Asmodeus ataca as duas, mas milagrosamente elas conseguem se defender e contra-atacam com socos e chutes cada uma. Asmodeus recua se defendendo e consegue pegar as duas pelos braços e bate com elas no chão algumas vezes e as joga longe. As duas caem lado a lado e Jennifer abre um dos olhos e olha Raguel que parece desacordada. Nisso, Raguel abre os olhos e olha para Jennifer e sorri.

— Ainda estamos vivas e podemos lutar. — fala Raguel limpando o sangue que escorre de sua testa. — A nossa chama ainda não se apagou. Se somos realmente quem ele disse que somos, então ainda temos muito que viver e lutar.

Jennifer assente com a cabeça e flexiona os braços para se erguer do chão. Raguel a segue fazendo os mesmos movimentos.

— Ainda vivas? — exclama Asmodeus.

— Ainda sim! — fala Jennifer. — Não iremos morrer sem antes ver você morto no chão.

— Como vocês insistem nisso! E querem saber? Já perdi tempo demais brincando com vocês. Eu normalmente nunca me utilizo de certos recursos, mas vocês merecem virar cinzas!

Jennifer e Raguel se olham, e então as duas correm na direção de Asmodeus e o atacam. Jennifer se utiliza de chutes e Raguel de socos. Asmodeus defende os golpes facilmente e diz:

— Acham que atacarem cada uma de um jeito será mais fácil de me acertar? Eu não sou tão burro assim! E outra, eu sou muito mais veloz que vocês. Meus olhos enxergam a velocidades que vocês jamais sonhariam. Nem em sonho vocês me acertariam.

— É o que vamos ver! — Jennifer o desafia, golpeando-o com um chute.

Asmodeus segura a perna dela com uma das mãos e com a outra mão, a golpeia quebrando o fêmur. Jennifer grita de dor e então ele a gira no ar e a arremessa sobre Raguel. Jennifer atinge Raguel e as duas voam no chão.

— Tão fácil. — fala Asmodeus parando a certa distância das duas. — E é chegada a hora. Dêem adeus a ridícula vida de vocês. — os olhos de Asmodeus começam a brilhar em vermelho e o chão a sua volta entra em combustão e chamas negras passam a rodeá-lo. — Sem choro meninas, odeio despedidas molhadas. — fala ironicamente. — e então ele direciona a palma das mãos para onde elas estão e chamas negras envolvem as mãos dele. — Mas antes de destruí-las, peço que não me levem a mal. Não sou realmente um ser ruim, Eu até não era má pessoa quando ainda era vivo, mas o Inferno tem formas um tanto poderosas para te convencer das coisas. E o que sou hoje é graças isso. E vocês também não colaboraram para diminuir esse ódio que corre por minhas veias, então...

Cansada daquelas palavras pedantes, Raguel dispara:

— Seja rápido no que vai fazer e pare com esse discurso débil!

— Sempre apressados. — e um sorriso de escárnio envolve seu rosto. — Morram com o fogo que dá vida ao Inferno!

Uma incandescente bola de fogo negro se forma logo a frente dele e num piscar de olhos atinge o local onde as duas estão. Uma fortíssima explosão acontece destruindo as paredes, o teto e todos os vidros do corredor. Camael é jogando longe com o impacto da explosão.

— Acabou. — suspira Asmodeus. — Um Arcanjo e uma bruxa destruídos. Agora só faltam os dois moribundos e a imbecil que não luta.

Asmodeus vira-se em direção ao local em que Camael caiu e então uma luz cegante vindo da direção oposta a que ele está se encaminhando ilumina todo o corredor. Imediatamente ele tapa os olhos e vira-se na direção dela. Quando a luz diminui é possível ver penas brancas como a neve flutuando pelo ar. Asmodeus baixa a mão que tapava seus olhos e então exclama:

— Você?! Maldito! — berra de raiva enfatizando a última palavra.

Um homem de cabelos escuros está virado de costas para ele com seus dois pares de asas dobrando-se para dentro de forma a proteger as duas garotas.

— Você jamais deveria ter despertado a minha ira! Machucar aqueles que eu amo decretou a sua sentença de morte, Asmodeus.

E a voz celestial ecoa pelo corredor fazendo toda a estrutura do prédio tremer.

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